Mergulho no teu olhar, como quem mergulha num abrigo
desconhecido. O teu silêncio brilhante mostra-me a vertigem do desconhecido.
Mergulho no teu olhar, como quem mergulha na vastidão
do espaço vazio. Fitando as esmeraldas cintilantes e quase paradas no teu
rosto, apresso-me a prender o instante entre os dedos, antes que a sombra as
ofusque.
- Estou a
morrer?
- Não!
A queda no vácuo: um salto material que me faz
duvidar se ainda respiro.
- E tu, estás
a morrer?
- Não!
Adormeço
dentro de ti, num silêncio apenas quebrado pelos teus olhos mudos e luminosos.
Abandono-me
à gravidade e experimento a distância dissipar-se. E, como uma borboleta, poiso
nas tuas pétalas, como quem paira. Numa espécie de ignorância – só possível
pela curiosidade infantil de quem voa... acordada.
Estamos
vivos, Màr?
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I dive into your
eyes, as one who dives into an unknown shelter. Your bright silence shows me
the vertigo of the unknown.
I dive into your
eyes, as one who dives into the vastness of the empty space. Gazing the
sparkling and almost quiet emeralds of your face, I hasten to hold the moment between
my fingers before they’re obfuscated by the shadows.
-
Am I dying?
-
No!
Falling in vacuum:
a material leap that makes me wonder if I’m still breathing.
-
And you, are you
dying?
-
No!
I fall asleep inside
of you, in a silence broken only by your mute and sparkling eyes. I abandon
myself to gravity and experience the distance vanishing. And, like a butterfly,
I land in your petals, as if floating.
With a sort of ignorance – only possible by the childish curiosity of
one who flies… awake.
Are we alive, Màr?
11
de Maio, 2016
May 11, 2016
Matosinhos, Portugal
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