Imagine...*


http://youtu.be/qeiqgkXHvqo.      Clique na ligação 

O primeiro dia do ano remete-me, invariavelmente, para novos recomeços. É com frequência que termino o ano realizando um balanço dos doze meses vividos. Questiono-me acerca do que fui, do que fiz e como, afinal, poderia ter sido e ter feito um pouco melhor, um pouco mais. Não apenas por mim, mas sobretudo pelos outros. De facto, o meu conceito de felicidade tem-se alterado nos últimos anos. Compreendo e sinto cada vez melhor a ideia de que ser feliz também é – e muito! – ser e fazer algo que provoque nos outros um sorriso e lhes conceda, nem que seja de forma ténue, a sensação de bem-estar.
Por conseguinte, quando um novo ano começa preparo-me para os meses seguintes – sem muitos planos; são apenas esboços quase sempre reformulados. E o dia 1 de Janeiro é profícuo para essa reflexão, particularmente pela comemoração que lhe está inerente: Dia Mundial da Paz!
É verdade que na crónica do ano passado aludi a esta celebração. Todavia, seja o leitor ou leitora condescendente para comigo: esta data é incontornável. Pelo menos para mim; atrevo-me a dizer que também para si, que está a ler o Chapinheiro.
Desta vez decidi por algo um pouco diferente. Talvez imbuída pela constatação da necessidade de despertarmos um pouco e, assim, ficarmos um pouco mais conscientes e atentos a todos os seres que nos rodeiam. Assim, resolvi partilhar a letra de uma canção que, para mim, é uma espécie de hino à Humanidade. Utopia ou não, sei que não sou a única a ter este sonho tão bem cantado por John Lennon.

Imagine
Imagine que não existe paraíso,
É fácil se tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Acima nós apenas o céu.
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o dia presente...
Imagine que não existe nenhum país,
Não é difícil de fazer.
Nada por que matar ou por que morrer,
E nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança que um dia
Também se junte a nós.
E o mundo será como um só.
Imagine nenhuma propriedade,
Pergunto-me se consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.
Talvez diga que sou um sonhador,
Mas não sou o único.
Eu espero que algum dia se junte a nós,
E o mundo viverá como um só.

No final do mês, no dia 30, com o Dia Escolar da Não Violência e Paz temos outra oportunidade para reflectir sobre o assunto. Naturalmente, que é fundamental ultrapassar a reflexão e colocar em prática e agir em conformidade com esse sonho que, a meu ver, pode ser real.
A escola é um lugar, por excelência, para o efeito. A formação integral de todas as crianças pode e deve – é imperioso! – focar-se no desenvolvimento de consciências, educando e formando pessoas mais humanas e despertas e atentas. Uma escola que privilegie uma formação e educação de conteúdos e práticas em consonância com um mundo mais fraterno. Uma escola onde as crianças e jovens aprendam a ser e a estar amorosamente. Um espaço sem espaço para a violência; um lugar acima de tudo de partilha e tolerância. Uma escola onde sejam transmitidos e, sobretudo, vividos os valores e princípios que permitiam a experiência e vivência da pessoa humana na sua plenitude.
Será assim tão difícil?


PS: Se o leitor ou leitora me permite, deixo um abraço público à minha querida Avó Altina, que no dia 11 completa 95 anos de idade. 

*Este texto foi publicado no Jornal o Chapinheiro

Sem comentários:

Enviar um comentário