... Manhã de Inverno, tarde de Verão.
As boas-vindas à Primavera, com diversas datas a lembrarem que a
Primavera não é um dado adquirido. Pelo menos se não se alterarem inúmeras práticas que colocam em causa o equilíbrio da Natureza. O dia da Árvore e das Florestas (a 21) ilustra a
necessidade premente de cuidar das raras florestas virgens que ainda subsistem,
bem como daquelas que nos estão próximas.
Uma sugestão, se o leitor e a leitora, me permitem. Que tal um
passeio na floresta ou parque mais próximo de casa? Experimente ir sozinho ou sozinha, ou
somente com alguém
com quem mantenha silêncio
por algum tempo.
Quem sabe o olhar esteja mais atento e o verde lhe
pareça mais verde e o azul
do céu ainda mais azul. Quem
sabe o escutar esteja mais desperto e o canto dos pássaros lhe soe como uma melodia encantada.
Quem sabe o olfacto esteja mais apurado e os aromas o/a acerquem como fragrâncias mágicas. E se houver um rio, um riacho, um regato ou
um lago, quem sabe a pele esteja mais receptiva e a água a toque com mais frescura.
É
provável que as sensações a/o provoquem e o/a instiguem à reflexão e mostrem
como a Natureza é a essência, é a vida. Guarde e lembre no dia 22, com o dia
Mundial da Água, a necessidade de preservar igualmente este bem cada vez mais
precioso. E sinta-se grato/a. Nem todas as pessoas têm acesso à água potável.
Na realidade, há populações inteiras que não têm esse bem que para nós (ainda)
é garantido. Infelizmente é mais comum do que o que pensamos.
Com o
dia mundial dos direitos do consumidor (a 15), somos convidados a reflectir
acerca do consumo. Em vez de pensarmos nos nossos direitos enquanto
consumidores(as), podemos alterar a perspectiva. Quando existem direitos,
existem naturalmente deveres. Valerá a pena ponderar sobre os nossos deveres.
Antes
de comprarmos alguma coisa, por exemplo, colocarmo-nos a questão: preciso
realmente disto? Se cada um de nós deixar de comprar pelo menos certas coisas
que não necessita, é provável que muitos recursos naturais não se consumam em
vão.
Já
para não falar de muitas outras perguntas acerca do modo como inúmeros produtos
(que frequentemente não precisamos) chegam às nossas mãos. Que mão-de-obra foi
explorada, quantas árvores foram abatidas, quantos animais foram exterminados,
etc... Bem sei que este tipo de questão pode ser inconveniente. Não obstante,
porque não parar um pouco para assim ficar mais desperto/a e consciente antes
de sair para as compras?
De
entre as múltiplas datas comemorativas em Março, escolhi ainda a do Dia do Dador
de sangue. Nem todos estamos ou somos aptos para dar sangue. Contudo, se o
leitor ou leitora é dador, talvez tenha sentido algo de extraordinário após uma
dádiva. Dar sem esperar nada em troca. É das poucas situações em que a dádiva é
para alguém totalmente desconhecido. Nem por isso, ou talvez por isso mesmo, no
final o sorriso fica largo. Um gesto simples, sem esperar absolutamente nada em
troca. Um gesto simples que pode salvar a vida de alguém e a única coisa que
temos de fazer é sentarmo-nos numa cadeira durante meia hora (ou menos).
A
minha última sugestão para este mês... que cada um de nós pegue em algo que não
usa ou não precisa e deixe num banco de jardim. Não vale esconder-se e esperar
para ver quem pega ou recebe o nosso presente. Estou certa que ganharemos um
presente especial: um sorriso para o resto do dia!
*Este texto foi publicado
no Jornal Chapinheiro
Um texto genuíno e glorioso. Obrigada por me fazeres parar e pensar nas coisas simples e fundamentais da vida.
ResponderEliminarObrigada, Paula! Também tu és realmente importante!
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